Pagamentos com QR Code crescem e conviverão com cartões

A tecnologia de pagamento por QR Code existe desde o início da década de 1990. No entanto, até há pouco tempo, não era muito usada no mercado brasileiro.

A pandemia de covid-19 mudou significativamente esse cenário, impulsionando a demanda por novos modelos de pagamento sem contato. De acordo com a consultoria, o número de transações com meios de pagamento que não o dinheiro em espécie vai crescer 52% até 2025 na América Latina e, depois, 48% até 2030.

Por aqui, os códigos QR estão ajudando a democratizar ainda mais os pagamentos digitais, pelo fato de serem acessíveis para a grande maioria consumidores e comerciantes.

Eles também possibilitam com que aqueles que possuem smartphones sem a tecnologia NFC consigam efetuar um pagamento digital e participar desse ecossistema. Ao mesmo tempo, os pagamentos com QR Code agregam interoperabilidade e redução de custos aos comerciantes, e podem ser recebidos à distância.

A “nova” tecnologia disponibiliza à indústria de pagamentos uma solução QR interoperável básica e acessível a todos os participantes do ecossistema, o que evita o surgimento de vários modelos de códigos QR que operam com base em conceitos e mecanismos de segurança próprios.

Para o consumidor, a experiência de pagamento é a mesma – como uma transação de pagamento por aproximação realizada com o cartão em uma loja física – ao passo que, para o estabelecimento comercial, oferece um terminal de pagamento virtual, fácil de usar e que aproveita a infraestrutura de pagamento existente.

Os bancos emissores se beneficiam, pois a solução permite a ativação de mais consumidores, melhorando o engajamento e fidelização dos clientes assim como os credenciadores, na medida que expandem a aceitação para novos segmentos antes não atendidos.

As compras por meio de dispositivos como carteiras digitais se mostram cada vez convenientes não somente para jovens consumidores, mas para os demais perfis.

Em um cenário em que os clientes compram produtos a partir de qualquer dispositivo e em qualquer momento e lugar, sempre esperando com que suas experiências sejam rápidas, seguras e fáceis, a tokenização de cartões agrega um fator importante de segurança em pagamentos digitais, uma vez que substitui o número do cartão por um número alternativo, o token. Na América Latina, 9,2% das transações são rejeitadas por suspeita de fraude, mais do que o triplo da taxa nos Estados Unidos.

Os pagamentos tokenizados permitem aos usuários fazer pagamentos com cartão sem o cartão em si. Além disso, muitas pessoas não querem carregar suas carteiras ou bolsas consigo, preferindo as carteiras digitais. Essas carteiras estão nos smartphones, juntamente com todos os outros serviços essenciais que os usuários necessitam diariamente, como internet, serviços de mensagem, mapas e e-mail, entre outros.

Com novos serviços totalmente baseados em nuvem, as instituições financeiras já estão reavaliando suas soluções, uma vez que a expectativa nos próximos anos é que esse tipo de modelo impacte outros meios de pagamento tradicionais além dos próprios cartões, como boletos bancários, cheques e DOC/TED.

No entanto, não acredito na disrupção dos tradicionais cartões bancários, nem do dinheiro vivo, mas sim a coexistência de diversas opções. Melhor para quem paga e quem recebe.

Reportagem por Mauro Tozzi exclusiva para Finsiders

Cartões mais caros – Istoé Dinheiro

Ainda que a falta de cartões de crédito e débito com chips, causada pelo lockdown na China, se normalize neste ano, o custo para os emissores tende a aumentar em 20% em 2023. Essa é a estimativa da brasileira HST, que fornece tecnologia para a emissão de mais de 1 milhão de cartões mensalmente e atende alguns dos maiores bancos brasileiros.

Para Mauro Tozzi, diretor da HST, o aumento será puxado por inflação global, custo do frete e da energia.“Carteiras digitais e com QR Codes tendem a crescer ainda mais no ano que vem.”

(Nota publicada na edição 1280 da Revista Dinheiro)